O conhecimento científico enfrenta uma onda de descrédito e desconfiança por parte dos cidadãos e, embora isso tenha ficado ainda mais evidente com a pandemia da COVID-19, é um fenômeno que remonta ao final da década de 1990. Este descrédito acaba tendo impactos diretos nas políticas públi-cas e no engajamento dos cidadãos em questões fundamentais de saúde pública. Os diversos exem-plos de descrédito da ciência se assemelham a partir do contexto em que ganharam força: o da alta circulação de informações pela internet e, mais recentemente, pelas redes sociais ? públicas, como Fa-cebook e Instagram; e privadas, como o Whatsapp. Além disso, tem havido, neste mesmo cenário, descrédito às empresas de comunicação e ao próprio jornalismo, que durante mais de um século foi referência de informações apuradas e fundamentadas. Desse modo, tem-se claramente uma problemá-tica que precisa ser compreendida do ponto de vista da pesquisa científica ao mesmo tempo em que é preciso encontrar soluções para minimizá-la com base na atuação da universidade. Por outro lado, a imprensa, de modo geral, não é o único canal existente para se fazer a divulgação científica e as insti-tuições de pesquisa e universidade precisam explorar dinâmicas que possibilitem maior inserção soci-al. Tratados de forma correlacionadas, os dois pontos ? descrédito na ciência e divulgação científica ? são fundamentais de serem discutidos e se constituem como a grande questão emergente a ser investi-gada e explorada neste projeto: Como se conforma o cenário de desinformação e descrédito na ciên-cia no contexto da COVID-19 e que tipos de soluções eficientes podem ser realizadas para o enfren-tamento deste contexto no âmbito institucional das universidades? São aplicados surveys, feitos grupos focais, analisados conteúdos de redes sociais e produzidos rela-tórios que possam fomentar a prática da divulgação cientifica. Por outro lado, são pensadas disciplinas que corroboram com essa discussão em sala de aula, na graduação e pós-graduação. De forma con-comitante, é aplicada a técnica de cenários para perceber como a universidade pode contribuir para pensar cenários pós-pandemia e propor soluções. Este material deve ser produzido e dissipado por meio de atores-chaves ? a partir de formatos e linguagem percebidos como mais aceitáveis pelo públi-co ? para grupos mais vulneráveis para os quais normalmente a divulgação científica não costuma chegar. A questão proposta é respondida a partir das possibilidades de pesquisa, ensino, extensão e inovação, num formato que reúne os quatro eixos e uma equipe interdisciplinar..